sexta-feira, 27 de junho de 2014

Técnicas de Combate

A prevenção é a primeira linha de defesa contra os incêndios florestais. Se a ocorrência de incêndios em áreas florestadas ou reflorestadas pudesse ser totalmente prevenida, todos os danos produzidos pelo fogo, além dos custos de combate, seriam evitados. Na verdade, a operação de combate ou supressão de um incêndio envolve seis etapas distintas. Essas etapas, definidas em intervalos de tempo, são as seguintes:
  1. Detecção – tempo decorrido entre a ignição ou início do fogo e o momento que ele é visto por alguém;O método mais prático e econômico de detecção e localização dos incêndios florestais é o uso das torres de vigilância. Outras formas possíveis são: o patrulhamento terrestre; de avião; ou através de imagens de satélites (como é feito na Amazônia).
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  1. Comunicação – tempo compreendido entre a detecção do fogo e o recebimento da informação pela pessoa responsável pela ação de combate;
  2. Mobilização – Tempo gasto entre o recebimento da informação da existência do fogo e a saída do pessoal para combate;
  3. Deslocamento – tempo compreendido entre a saída do pessoal de combate e a chegada da primeira turma ao local do incêndio;
  4. Planejamento do combate – tempo gasto pelo responsável pelo combate para avaliar o comportamento do fogo e planejar estratégia de combate;
  5. Combate ao incêndio – tempo consumido na operação de combate ou eliminação definição do incêndio, incluindo o rescaldo.

Equipamentos de Combate

Para maior eficiência no combate aos incêndios é recomendável ter ferramentas e equipamentos de uso exclusivo para este fim. O equipamento de combate deve estar sempre em perfeitas condições, armazenados em locais pré-determinados e prontos para serem usados em qualquer emergência. As ferramentas de uso múltiplo, poderiam ser usadas em outros trabalhos, para melhor identificação, devem ter os cabos pintados de vermelho, indicando que são de uso exclusivo em combate a incêndios.


Ferramentas manuais

  • Enxada – usada para limpar, até o solo mineral, pequenas faixas ou aceiros, a fim de evitar a passagem do fogo.
  • Machado – usado para derrubar árvores e arbustos que estejam queimando e lançando fagulhas que podem originar novos focos de incêndio ou para abrir picadas com a finalidade de fazer aceiros.
  • Foice – usada para abrir picadas e construir pequenos aceiros; entre as ferramentas manuais é uma das mais versáteis no combate a incêndios de baixa intensidade em áreas de vegetação de pequeno porte.
  •  – usada para jogar terra e enterrar material que esteja queimando; muito útil em operação de rescaldo, principalmente onde o solo é arenoso.
  • Ancinho – usado para fazer rapidamente pequenos aceiros, principalmente onde existe acúmulo de folhas e acículas na superfície do solo.
  • McLeod – consiste de uma enxada e um ancinho justapostos, substituindo portanto duas ferramentas.
  • Abafador – Usado para bater sobre o fogo, apagando-o por abafamento, quando há possibilidade de combate direto. Consiste de um retângulo de borracha flexível com lonas (correias transportadoras usadas), de aproximadamente 40 cm de comprimento, 30 cm de largura e 0,6 cm de espessura, preso a uma armação de ferro em forma de “T” e fixado a um cabo de madeira de no mínimo 1,60 m de comprimento.
  • Extintor costal – constituída de um reservatório com capacidade de 20 l de água e de uma bomba tipo trombone, de operação manual, pode lançar água até cerca de 10 m de distância (Figura 5). É muito útil no combate de incêndios de superficiais de baixa intensidade e no rescaldo de grandes incêndios. Operada por pessoa treinada é o mais eficiente, flexível e econômico (por litro de água bombeada) entre todos os equipamentos de bombeamento de água. O extintor costal é considerado o mais importante invento individual entre os equipamentos de combate de incêndios.
  • Lança-chamas – o tipo mais eficiente é o “pinga-fogo” . Muito útil e prático para se fazer um contra-fogo, especialmente quando este precisa ser feito rapidamente. Indispensável para se fazer queimas controladas.

Equipamentos motorizados

  • Moto-serra – usada para derrubar, mais rapidamente, árvores que estejam queimando ou para abrir aceiros; não precisa ser de uso exclusivo para combate a incêndios.
  • Atomizador costal – pode ser usado para lançar água ou retardante químico em incêndios superficiais; existem modelos que podem ser usados apenas como sopradores, no combate a incêndios superficiais.

Equipamentos pesados

  • Trator com lâmina – indispensável no combate a grandes incêndios, principalmente quando se precisa abrir aceiros em vegetação pesada.
  • Motoniveladora – usada para abrir ou ampliar aceiros; por ser mais rápida que o trator, deve ser preferida para esse trabalho sempre que as condições de vegetação e topografia permitirem.

Equipamento de bombeamento de água

  • Moto-bomba portátil 
  • Carro-tanque 
  • Avião-tanque – 
  • Helicóptero –
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Estratégias de Combate

Ataque direto

As descargas de água são lançadas diretamente sobre as chamas (no caso de incêndios pequenos) ou sobre os pontos mais quentes ou de atividade mais intensa (em incêndios de grandes proporções) , identificados pela cor mais escura e maior densidade de fumaça. Também é empregado para cortar e reduzir uma frente de chamas. Ou para diminuir a temperatura ambiente e permitir maior aproximação dos homens que trabalham na extinção por terra.
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Ataque indireto

As descargas de água são lançadas adiante do incêndio, a fim de obter uma linha de contenção da qual o incêndio não ultrapassa. Este tipo é especialmente útil e possível, quando se utilizam retardantes químicos, pois pode-se estabelecer verdadeiro corta-fogo ou reforçar os já existentes. Essa técnica é provavelmente a mais indicada para o controle de incêndios em regiões de Cerrado e nos pastos.
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Medidas de Segurança após o Combate

  1. Descobrir e eliminar possíveis “incêndios de pontos”, causados por fagulhas lançadas pela frente do fogo.
  2. Ampliar o aceiro ou faixa limpa em torno da área queimada, para melhor isolamento da mesma.
  3. Derrubar as árvores ou arbustos que ainda estejam queimando ou em incandescência, para evitar que lancem fagulhas.
  4. Eliminar, utilizando água ou terra, todos os resíduos do fogo dentro da área queimada.
  5. Manter patrulhamento, com número suficiente de pessoas, até que não haja mais perigo de reativação do fogo; voltar no dia seguinte para nova verificação.



Comportamento dos Incêndios Florestais

Os Incêndios Florestais transmitem-se de três formas:

CONDUÇÃO
É a transferência de calor por contato direto com a fonte de calor. Por ser a madeira um mal condutor de calor, a transferência por condução tem pouca importância relativa em incêndios florestais. O aquecimento de massas de ar através da condução é o que tem mais importância no controle dos incêndios.


CONVECÇÃO
O movimento circular ascendente, devido ao aquecimento das massas de ar, localizadas acima do foco do incêndio. O fogo florestal cria condições de turbulência (correntes de vento), aspirando oxigênio dos lados e lançando para cima o ar aquecido. Isso pode levar fagulhas a grandes distâncias, dificultando o contrôle do incêndio.

RADIAÇÃO
É a transferência de calor através do ar, em qualquer direção, à velocidade da luz. É o principal método de transferência de calor, nos grandes incêndios florestais.



Um exemplo de fenomeno físico:

Direcção de propagação do incêndio florestal: É a orientação que segue a cabeça do incêndio, e, Expressa-se segundo os pontos cardeais.



Fatores climáticos

Estes fatores são também determinantes do comportamento do fogo. Quanto mais forte for o vento, mais rápido o fogo se propagará. O ar seco e a alta temperatura fazem com que os combustíveis florestais sequem mais rapidamente, favorecendo sua ignição, ativação e posterior combustão.

Temperatura: Os materiais combustíveis pré-aquecidos pelo sol queimam-se com maior facilidade do que aqueles que estão frios A temperatura do solo também aumenta
a corrente de ar que, aquecida pelo sol, seca o material combustível, fazendo com que ele se queime mais facilmente. Quanto mais forte for o vento, mais rápido o fogo se propagará. Assim, o ar seco e a alta temperatura fazem com que os combustíveis florestais sequem mais rapidamente, favorecendo sua ignição, ativação e posterior combustão. O calor excessivo afeta diretamente a extinção dos incêndios, uma vez que incomoda, dificulta e, muitas vezes, impede o trabalho de pessoas envolvidas no seu combate.

Umidade: Os materiais combustíveis são afetados também pela quantidade de vapor de água encontrada no ar, pois eles absorvem a umidade existente no ar. Como o ar, geralmente, é mais seco durante o dia, é mais fácil controlar um grande incêndio durante a noite, quando os materiais combustíveis tonam-se úmidos, dificultando a propagação do fogo.

Chuva: A ausência de chuvas é talvez o fator climático que mais influi sobre a ocorrência de incêndios florestais porque o ar torna-se mais rarefeito, fazendo com que a vegetação constitua-se no principal material combustível.

Vento: A forma e velocidade de propagação de um incêndio florestal são controladas pelo vento. O material combustível seco queima mais facilmente e com mais força ao soprar do vento, levando as
chamas ou labaredas a passarem de um material combustível para outro e, assim sucessivamente, transformando-se em um incêndio de grandes proporções e de difícil controle.